“Onde
quer que tu vás, ou dia ou noite
Vai
seguindo após ti meu pensamento”
Leito
de folhas verdes – GONÇALVES DIAS
Em algum lugar do meu
passado torno-me presente
sempre que penso em ti.
Viajo do meu presente, que é o futuro,
para viver (não reviver) essa minha
grande e única paixão.
Lá eu te conheço, envolvo e te busco
para mim.
Com o meu esforço de ganhar o teu amor,
tu me percebes e
começas a sentir o que também sinto por
ti.
Perdes-te loucamente por
mim
numa avassaladora paixão que não tem
fim.
Nos amamos sem medo, sem receios em
vão;
nosso amor é sublime, lindo e
inimaginável.
Não há nada mais belo que o nosso amor,
mas por infelicidade alguém me acorda e
do meu passado,
que era o presente, volto ao futuro
que é agora o meu atual presente.
Tive o meu futuro em algum lugar do meu
passado.
Não sei o que fazer para continuar a
viver
aquele meu passado que tanto se distancia
do futuro.
Não sei se tu existes mais; tua época é
passada e a minha é atual.
Vivi o meu futuro no passado que era o
teu presente
encaminhando-se para o futuro.
Na realidade tu não existes mais,
por isso sou inconformado e triste.
Infelizmente ainda existo e isso é o
que nos separa.
Se eu deixasse de existir, nós nos
uniríamos outra vez
num lugar onde não há noção de espaço e
tempo?
Deixa-se de ter noção de espaço e tempo
quando se perde a percepção dos
sentidos,
anulando a possibilidade de conhecer
através dos sentimentos.
E sentimentos... tenho muitos a partir
de ti.
(Primeiros Momentos, 2001)
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